Este artigo é um convite ao questionamento das relações entre a transferência negativa, as situações-limite e a implicação do analista na dinâmica trans‑ferencial. Parte-se de uma apresentação ampla das transferências negativas no campo psicanalítico para, em seguida, construir um percurso em Ferenczi com ênfase nos problemas clínicos que o levaram à sua teoria do trauma e da identificação ao agressor e à proposição da elasticidade da técnica psicanalítica. Para ilustrar a íntima relação entre construção teórica e investigação clínica e a implicação do analista na difícil tarefa de suportar o terror e o ódio na transferência, aborda-se o caso RN (Elisabeth Severn) do Diário clínico de Ferenczi.
FREHSE PEREIRA, PRISCILA
Suportar o ódio, suportar o próprio ódio.
Revista Brasileira de Psicanálise, v. 53, p. 63, 2019.